Romanos 12




Romanos 12 – Vivendo a Vida Cristã

A. O fundamento para a vida cristã.

J.B. Phillips tem uma tradução notável e memorável de Romanos 12:1-2:

Com os olhos bem abertos à misericórdia de Deus, rogo-vos, meus irmãos, como um ato de adoração inteligente, que entregues a Ele os vossos corpos, em sacrifício vivo, consagrado a Ele e por Ele aceitável. Não deixe o mundo ao seu redor apertar você em seu próprio molde, mas deixe Deus remodelar suas mentes por dentro, para que você possa provar na prática que o Plano de Deus para você é bom, atende a todas as suas demandas e se move em direção a o objetivo da verdadeira maturidade.

1. (1) O sacrifício vivo.

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.

a. Rogo-lhes: Isso nos lembra que Paulo apela à nossa vontade. Deus nos chama para fazer uma escolha sobre a maneira como vivemos para ele.

b. Portanto, irmãos: O padrão de Paulo é começar uma carta com uma forte seção doutrinária e seguir com exortações à vida cristã. Paulo implora aos cristãos que vivam de uma certa maneira à luz do que Deus fez por eles.

i. “Quando ele usa esse padrão, Paulo está dizendo que a vida cristã depende das grandes doutrinas cristãs.” (Morris)

c. Pelas misericórdias de Deus: Nos lembra que fazemos isso por causa da misericórdia mostrada a nós por Deus (bem descrita em Romanos 1-11), e que só podemos nos oferecer a Deus quando Ele opera Sua misericórdia em nós. Deus nos ordenou que fizéssemos isso e Ele torna possível que façamos.

i. “Considerando que os pagãos tendem a se sacrificar para obter misericórdia, a fé bíblica ensina que a misericórdia divina fornece a base do sacrifício como a resposta adequada.” (Harrison)

ii. Pense em todas as misericórdias de Deus que Paulo nos explicou até agora:

·Justificação da culpa e penalidade do pecado.

·Adoção em Jesus e identificação com Cristo.

·Colocado sob a graça, não sob a lei.

·Dar o Espírito Santo para viver dentro de você.

·Promessa de ajuda em todas as aflições.

·Garantia de posição na eleição de Deus.

·Confiança na glória vindoura.

·Confiança de não haver separação do amor de Deus.

·Confiança na fidelidade contínua de Deus.

iii. À luz de toda esta misericórdia – passado, presente e futuro – Paulo nos implora para que nós nos ofereçamos em sacrifício vivo. “Devemos acreditar que essas misericórdias divinas têm poderes persuasivos sobre nossas vontades.” (Newell)

d. Que se ofereçam: Conectado com a ideia de sacrifício vivo, isso evoca o serviço sacerdotal. Espiritualmente falando, nossos corpos são levados ao altar de Deus.

i. É melhor ver o corpo aqui como uma referência a todo o nosso ser. O que quer que digamos sobre nosso espírito, alma, carne e mente, sabemos que cada um deles vive em nosso corpo. Quando damos o corpo a Deus, a alma e o espírito vão com ele. Que se ofereçam em sacrifício vivo significa que Deus quer você, não apenas o seu trabalho. Você pode fazer todos os tipos de trabalho para Deus, mas nunca se entregue a Ele.

ii. O anterior apelo à vontade (rogo-lhes) significa que a vontade deve ser o senhor sobre o corpo. O pensamento de nossa época diz que nosso corpo deve dizer à vontade o que fazer; mas a Bíblia diz que nossa vontade deve trazer o corpo como um sacrifício vivo a Deus. O corpo é um servo maravilhoso, mas um mestre terrível. Mantê-lo no altar de Deus como um sacrifício vivo mantém o corpo onde deveria estar.

iii. Um grego antigo nunca pensou em apresentar seu corpo a Deus. Eles pensaram que o corpo era tão não espiritual que Deus não se importou com isso. Paulo mostra aqui que Deus se preocupa com nossos corpos. 1 Coríntios 6:20 nos lembra que Deus comprou nossos corpos por um preço.

e. Em sacrifício vivo: As pessoas do primeiro século, tanto judeus quanto pagãos, sabiam em primeira mão do que se tratava o sacrifício. Implorar para que se tornassem um sacrifício vivo era uma imagem impressionante.

·O sacrifício é vivo porque é trazido vivo ao altar.

·O sacrifício é vivo porque permanece vivo no altar; está em andamento.

f. Santo e agradável a Deus: Quando oferecemos nosso corpo, Deus pretende que seja um sacrifício santo e agradável. O padrão para os sacrifícios feitos a Deus sob a Nova Aliança não são menos do que o padrão sob a Antiga Aliança.

i. No Antigo Testamento, todo sacrifício tinha que ser santo e agradável a Deus:

·Oferecerá um macho sem defeito (Levítico 1:10).

·Se o animal tiver defeito, ou for manco ou cego, ou tiver qualquer outro defeito grave, você não poderá sacrificá-lo ao SENHOR, ao seu Deus (Deuteronômio 15:21).

ii. A ideia de um aroma doce ao Senhor está quase sempre ligada à ideia de uma oferta feita pelo fogo. Há uma “queima” nesta questão de um sacrifício vivo. Mostra também que Paulo tinha em mente o holocausto, no qual todo o sacrifício era entregue ao Senhor. Em alguns sacrifícios, aquele que oferecia o sacrifício e o sacerdote participavam de parte da refeição, mas nunca do holocausto.

iii. A santidade que trazemos ao altar é uma decisão pela santidade e rendendo-nos à obra da santidade em nossa vida. Ao apresentarmos nossos corpos em sacrifício vivo, Deus torna nossa vida santa, queimando as impurezas.

g. Culto racional: A antiga palavra grega para racional (logikos) também pode ser traduzida como “da palavra” (como em 1 Pedro 2:2). O culto racional é uma vida de adoração de acordo com a Palavra de Deus.

i. O sacrifício de um animal era um culto racional, mas apenas para aquele que trazia o sacrifício – não para o sacrifício em si. Sob a Nova Aliança, temos misericórdias muito maiores, então é racional oferecer um sacrifício muito maior.

2. (2) Resistir à conformidade com o mundo e abraçar a transformação que vem em Jesus Cristo.

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

a. Não se amoldem ao padrão deste mundo: Isso nos avisa que o “sistema mundial” – a cultura popular e a maneira de pensar que está em rebelião contra Deus – tentará nos conformar com seu padrão ímpio, e esse processo deve ser combatido.

b. Mas transformem-se pela renovação da sua mente: Isso é o oposto de se amoldar ao padrão deste mundo. O campo de batalha entre se conformar com o mundo e ser transformado está na mente do crente. Os cristãos devem pensar de forma diferente.

i. “Eu não quero ser conformado com este mundo. Eu quero ser transformado. Como eu faço isso?” Pela renovação de sua mente. O problema de muitos cristãos é que eles vivem a vida com base em sentimentos ou estão preocupados apenas em fazer.

ii. A vida baseada no sentimento diz: “Como me sinto hoje? Como me sinto em relação ao meu trabalho? O que sinto por minha esposa? Como me sinto sobre a adoração? Como me sinto em relação ao pregador?” Esta vida pelo sentimento nunca conhecerá o poder transformador de Deus, porque ignora a renovação da mente.

iii. A vida baseada no fazer diz: “Não me venha com sua teologia. Apenas me diga o que fazer. Dê-me os quatro pontos para isso e as sete chaves para aquilo.” Esta vida de sentimento nunca conhecerá o poder transformador de Deus, porque ignora a renovação da mente.

iv. Deus nunca é contra os princípios de sentir e agir. Ele é um Deus de sentimento poderoso e apaixonado e nos ordena que sejamos praticantes. No entanto, sentimentos e ações são bases completamente insuficientes para a vida cristã. As primeiras perguntas não podem ser “Como me sinto?” ou “O que eu faço?” Em vez disso, eles devem ser “O que é verdade aqui? O que a Palavra de Deus diz?”

c. Transformem-se: Esta é a antiga palavra grega metamorphoo– que descreve uma metamorfose. A mesma palavra é usada para descrever Jesus em Sua transfiguração (Marcos 9:2-3). Esta é uma transformação gloriosa!

i. O único outro ponto onde Paulo usa esta palavra para transformar, está em 2 Coríntios 3:18: E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito. Para Paulo, essa transformação e renovação de nossas mentes ocorre quando contemplamos a face de Deus, passando tempo em Sua glória.

d. Experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus: À medida que somos transformados por dentro, a prova é evidente por fora, pois os outros podem ver a boa, agradável e perfeita vontade de Deus por meio de nossa vida.

i. Paulo aqui explica como viver a vontade de Deus:

·Tenha em mente a rica misericórdia de Deus para com você – passado, presente e futuro (pela misericórdia de Deus).

·Como um ato de adoração inteligente, decida render-se inteiramente a Ele (se ofereçam em sacrifício vivo).

·Resista à conformidade com os pensamentos e ações deste mundo (não se amoldem).

·Concentrando-se na palavra de Deus e na comunhão com Ele (transformem-se pela renovação da sua mente).

ii. Então, sua vida estará na vontade de Deus. Experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

iii. Você pode saber qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus, mas não pode experimentarem sua vida à parte da obra transformadora do Espírito Santo.

B. Vivendo os dons espirituais que Deus deu.

1. (3) Um aviso para viver com humildade.

Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.

a. Digo a todos vocês: Paulo falará em breve sobre como devemos exercer os dons espirituais no corpo de Cristo, mas uma advertência sobre a humildade é necessária, dado o orgulho desordenado que muitas vezes surge daqueles que se consideram dotados espiritualmente.

i. Devemos lembrar que os dons espirituais não são iguais à maturidade espiritual. Só porque uma pessoa tem dons espirituais substanciais não significa que ela seja espiritualmente madura ou um exemplo digno.

b. Ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter: Paulo não diz ao crente para tomar uma atitude que encontra prazer na humilhação ou degradação. Em vez disso, a ideia é que devemos ver a verdade sobre nós mesmos e viver à luz dela. Quando nos vemos como realmente somos, é impossível nos entregarmos ao orgulho.

c. De acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu: Isso significa que devemos ver até mesmo nossa fé salvadora como um dom de Deus, e que não temos base para orgulho ou uma opinião superior de nós mesmos.

2. (4-5) Unidade e diversidade no corpo de Cristo.

Assim como cada um de nós tem um corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função, assim também em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo, e cada membro está ligado a todos os outros.

a. Um corpo com muitos membros: A igreja é um todo unificado (um corpo), mas somos distintos dentro desse corpo (cada membro está ligado a todos os outros). No corpo de Cristo há unidade, mas não uniformidade.

b. Cada membro está ligado a todos os outros: Erramos quando negligenciamos qualquer um dos aspectos; a unidade nunca deve ser promovida às custas da individualidade, e a individualidade nunca deve diminuir a unidade essencial da igreja em Cristo; Ele é nosso terreno comum; em Cristo nós, que somos muitos, formamos um corpo.

3. (6-8) Uma exortação para usar (e como usar) os dons que Deus concedeu aos membros individuais da igreja.

Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada. Se alguém tem o dom de profetizar, use-o na proporção da sua fé. Se o seu dom é servir, sirva; se é ensinar, ensine; se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo; se é mostrar misericórdia, que o faça com alegria.

a. Temos diferentes dons: A diferença e distribuição de dons é tudo devido à graça que nos foi dada. Os dons espirituais não são dados com base no mérito, mas porque Deus escolheu dá-los.

i. Esta ideia está relacionada com a palavra grega antiga para “dons espirituais”: charismata, que significa um dom da graça. Este termo foi aparentemente usado por Paulo para enfatizar que a concessão desses dons espirituais era totalmente pela graça.

ii. Os dons espirituais são dados a critério do Espírito Santo. 1 Coríntios 12:11 diz: Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, conforme quer.

iii. Saber disso deve ser uma barreira intransponível ao orgulho no exercício dos dons espirituais. Porém, o homem, na depravação de seu coração, encontra uma maneira de se orgulhar dos dons espirituais e insiste em exaltar os homens pela forma como Deus os dotou.

b. De profetizar: A profecia deve ser praticada em proporção à nossa fé. Deus pode nos dar algo a dizer a um indivíduo ou grupo de igreja que amplie nossa fé. Se não podemos profetizar com fé e confiança que Deus realmente falou conosco, não devemos fazer isso de forma alguma.

i. Somos lembrados de que a profecia, no entendimento bíblico, não é necessariamente “previsão” em um sentido estritamente preditivo. É mais precisamente “revelar” o coração e a mente de Deus, que pode ou não incluir um aspecto preditivo.

ii. Isso nos alerta contra a profecia irreverente do “fluxo da consciência” que não tem dificuldade em dizer: “Assim diz o Senhor”.

iii. Na proporção da sua fé: O texto grego antigo realmente tem “o” antes da . Paulo pode estar alertando que a profecia deve ser de acordo com a fé, de acordo com o corpo de doutrina aceito entre os crentes.

iv. Alguns consideram a proporção da como a proporção da fé do ouvinte da profecia; isso também tem verdade.

c. Servir: Tem em vista o quadro mais amplo de simplesmente servir de maneiras práticas. Paulo também vê isso como um ministério importante do Espírito Santo.

d. Ensinar: Tem em mente a instrução, enquanto a exortação encoraja as pessoas a praticar o que lhes foi ensinado; ambos são necessários para uma vida cristã saudável.

i. Aqueles que são ensinados, mas não exortados, tornam-se “ovelhas gordas” que apenas aceitam e nunca vivem a vida cristã. Aqueles que são exortados, mas não ensinados, ficam entusiasmados e ativos, mas não têm profundidade ou compreensão do que fazem e se esgotarão rapidamente ou trabalharão de maneiras erradas.

e. Se é contribuir: Refere-se a alguém que é um canal por meio do qual Deus fornece recursos para Seu corpo. Este é um dom espiritual importante que deve ser exercido generosamente. Quando alguém que é chamado e dotado para ser um doador para de dar generosamente, muitas vezes verá seus recursos esgotarem-se – tendo esquecido o porquê Deus o abençoou.

f. Se é exercer liderança: Este deve mostrar zelo. É fácil para os líderes ficarem desanimados e sentirem vontade de desistir, mas eles devem perseverar se quiserem agradar a Deus por sua liderança.

g. Se é mostrar misericórdia: Este dom precisa de alegria. Pode ser difícil mostrar misericórdia, mas ainda mais difícil ser alegre com isso. Isso nos lembra que o dom de mostrar misericórdia é um dom sobrenatural do Espírito.

C. Uma série de breves instruções sobre como viver como cristão com os outros.

Esta seção mostra uma coisa claramente: Paulo conhecia o ensino de Jesus, especialmente o Sermão da Montanha.

1. (9-13) Relacionar-se com os da família cristã.

O amor deve ser sincero. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom. Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor. Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade.

a. O amor deve ser sincero: Claro, o amor que não é sincero não é amor verdadeiro de forma alguma; mas muito do que se disfarça de “amor” na comunidade cristã está repleto de hipocrisia e deve ser demonstrado contra.

b. Odeiem o que é mau; apeguem-se ao que é bom: Apegue-se ao que é bom: de certa forma, geralmente é mais fácil para nós odiar o que é mau ou nos apegar ao que é bom, em vez de fazer as duas coisas. A pessoa piedosa sabe como praticar ambos.

c. Dediquem-se uns aos outros: Este é um mandamento, que os cristãos não tenham uma atitude fria e reservada. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios mostra que as demonstrações de afeto são genuínas.

i. Devemos ver nisso, mais do que qualquer outra coisa, um apelo às boas maneiras simples entre os cristãos.

d. Nunca lhes falte o zelo, sejam fervorosos no espírito, sirvam ao Senhor: Se somos chamados a ter boas relações e boas maneiras, também sabemos que somos chamados ao trabalho árduo. A igreja não é lugar para preguiça.

i. Fervorosos no espírito pode ser traduzido como “com respeito ao espírito, fervura”.

e. Alegrem-se na esperança: O chamado à esperança geralmente tem em mente nossa recompensa final com Jesus. Paulo diz que servimos a Deus nos alegrando na esperança, não nos alegrando nos resultados. Isso mostra como somos ordenados a fazer todas essas coisas com os olhos voltados para o céu. É assim que cumprimos o mandamento de caráter descrito aqui – esperança, paciência e perseverança.

f. Pacientes na tribulação: Os tempos difíceis não nos justificam quando abandonamos a esperança ou não perseveramos na oração. As provações não justificam a falta de amor no corpo de Cristo ou a falta de disposição para fazer Sua obra.

i. Leon Morris explica essas duas palavras importantes. Paciente “denota não uma tolerância passiva às coisas, mas uma resistência ativa e constante”. Tribulação “denota não uma pequena alfinetada, mas um problema profundo e sério”.

g. Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade: Nosso cuidado e preocupação se manifestarão em ações práticas feitas pelos outros, seja indo a eles (Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades) ou convidando-os a virem até nós (pratiquem a hospitalidade)

i. A antiga palavra grega para hospitalidade é literalmente traduzida como “amor por estranhos”. Além disso, “pratiquem” é uma palavra forte, às vezes traduzida como “perseguir” (como em Romanos 12:14). A ideia é “perseguir” pessoas que você não conhece com hospitalidade. Isso é amor em ação, não apenas sentimentos.

2. (14) Relacionar-se com pessoas fora da família cristã.

Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem.

a. Abençoem aqueles que os perseguem: Não devemos ter uma atitude odiosa para com ninguém, nem mesmo para com aqueles que nos perseguem.

b. Não os amaldiçoem: Jesus falou deste mesmo coração em Mateus 5:46: Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa receberão? Até os publicanos fazem isso! A grandeza insuperável do amor de Jesus em nós é mostrado na medida em que pode ser estendido aos nossos inimigos.

c. Aqueles que os perseguem: Claro, nem toda perseguição vem de fora da igreja. Jesus nos disse que está chegando a hora em que todo aquele que te matar pensará que ele oferece um culto a Deus(João 16:2).

3. (15-21) Como se relacionar com as pessoas dentro e fora da igreja.

Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei”, diz o Senhor. Pelo contrário:

“Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele”.

Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem.

a. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram: É assim que podemos cumprir o mandamento de termos uma mesma atitude uns para com os outros. É um comando simples ter consideração pelos sentimentos dos outros, em vez de esperar que eles tenham consideração pelos seus.

b. Associar-se a pessoas de posição inferior: Paulo nos alerta para ter uma mentalidade humilde. Ao recusarmo-nos de ser orgulhosos e em nos associarmos com pessoas de posição inferior, simplesmente imitamos a Jesus. Não sejam sábios aos seus próprios olhos nos lembra de quão longe ainda temos que ir para realmente sermos como Jesus.

c. Não retribuam a ninguém mal por mal: Lembra a ordem de Jesus em Mateus 5:38-45. Devemos amar nossos inimigos e tratar bem aqueles que nos tratam mal.

d. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos: É uma forma de viver a ideia de elogiar o que é bom. As pessoas devem ser capazes de ver o que é bom e o que não é com base em nossa conduta.

e. Façam todo o possível para viver em paz com todos: Viver pacificamente com todos os homens nos lembra que, embora estejamos em contraste com o mundo, não buscamos contendas. Se for possível, estaremos em paz com todos os homens.

i. “Todo o possível indica que nem sempre é possível.” (Murray)

f. Nunca procurem vingar-se: Quem confia em Deus não achará necessário vingar-se. Eles vão deixar a questão da vingança para Deus, deixem com Deus a ira – não dando lugar à sua própria ira e um amplo lugar à ira de Deus.

g. Mas vençam o mal com o bem: Com essa mentalidade, faremos o bem aos nossos inimigos, procurando as maneiras mais práticas de ajudá-los. É assim que podemos não nos deixar vencer pelo mal, mas vencer o mal com o bem.

i. As brasas amontoadas vivas sobre a cabeça dele são algo bom aos olhos de nosso inimigo ou é algo ruim? Provavelmente se refere a uma “convicção ardente” que nossa bondade deposita em nosso inimigo. Ou, alguns pensam que se refere à prática de emprestar carvão de uma fogueira para ajudar um vizinho a começar a sua própria – um ato apreciado de gentileza.

ii. No entanto, vemos que podemos destruir nosso inimigo tornando-o nosso amigo.

© 2022 The Enduring Word Bible Commentary by David Guzik – ewm@enduringword.com 

Categories: Paul's Letters

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