Hebreus 11




Hebreus 11 – Exemplos de fé para ajudar os desanimados

A. Fé definida.

1. (1) Uma definição de fé.

Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.

a. Ora, a fé é a certeza: Assim como nossa visão física é o sentido que nos dá evidência do mundo material, a é o “sentido” que nos dá evidência do mundo invisível e espiritual.

i. A fé tem suas razões. A Bíblia não recomenda um “salto cego” de fé. Mas as razões não podem ser medidas em laboratório; elas têm que ser entendidos espiritualmente.

ii. “A fé vai além do que aprendemos com nossos sentidos, e o autor está dizendo que ela tem suas razões. Suas provas não são as dos sentidos, que produzem incerteza.” (Morris)

iii. “A visão física produz uma convicção ou evidência de coisas visíveis; a fé é o órgão que permite às pessoas ver a ordem invisível.” (Bruce)

b. Daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos: Se você tem a substância diante de você ou se você pode vê-la, não há utilidade para a . A fé é necessária para o que não podemos ver e não podemos tocar.

i. A fé não contradiz a razão, embora possa ir além da razão. Pode-se provar objetivamente que a Bíblia é o livro mais original já publicado e impactou a sociedade mais do que qualquer outro livro. Mas somente a fé pode provar que a Bíblia é a palavra de Deus. Portanto, esta é uma crença além da razão, mas não em contradição à razão ou contra a razão.

c. A fé é a certeza… e a prova: A fé não é uma simples crença ou entendimento intelectual. É uma vontade de confiar, de crer e de se apegar.

2. (2) A fé capacitou as pessoas no passado a vencer.

Pois foi por meio dela que os antigos receberam bom testemunho.

a. Os antigos: Todos os grandes exemplos de piedade tinham circunstâncias e personalidades diferentes, mas todos tinham uma coisa em comum – a fé.

b. Receberam bom testemunho: Esses cristãos judeus foram desencorajados e pensaram em desistir de Jesus e de um cristianismo distinto. Eles precisavam de um bom testemunho e, portanto, precisavam desses exemplos de fé para livrá-los do desânimo.

3. (3) A fé dá entendimento sobre o mundo invisível.

Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível.

a. Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra: Isso aconteceu quando Deus simplesmente ordenou: “Haja luz” (Gênesis 1:3). Como o salmista explicou: “Mediante a palavra do SENHOR foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca” (Salmo 33:6). “Pois ele falou, e tudo se fez; ele ordenou, e tudo surgiu” (Salmo 33:9).

b. Pela fé entendemos: Não vimos este ato de criação; só sabemos disso pela . Também sabemos disso pela razão, porque sabemos que o mundo foi criado e criado por um Designer inteligente. Novamente, isso é fé indo além, mas não em contradição à razão.

i. Mesmo em tempos em que parece que Deus espera uma fé que contradiz a razão, um exame mais atento revela que Ele não espera. Por exemplo, pode parecer contrário à razão Deus esperar que Abraão acreditasse que o ventre morto de Sara poderia gerar um filho. Mas não é irracional acreditar que o Deus que criou a vida e o útero pudesse fazer isso, e que Ele faria de acordo com Sua promessa.

c. Pela fé entendemos: Este texto não diz que Deus criou o mundo com ou pela . Visto que Deus vê e conhece todas as coisas, a “fé” no sentido humano não se aplica a Ele. Já que entendemos a fé como sendo a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos, que saibam que Deus tudo vê e não “espera” nada.

d. De modo que o que se vê não foi feito do que é visível: A maioria dos cientistas na época em que o Livro de Hebreus foi escrito acreditava que o universo foi criado a partir de matéria do que é visível. Eles acreditavam que o mundo tinha sido feito do que é visível. Mas a Bíblia corrige esse mal-entendido, dizendo claramente que o mundo não foi feito do que é visível.

B. A fé no início da história do homem.

1. (4) A fé de Abel.

Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala.

a. Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior: A diferença entre o sacrifício de Caim e o sacrifício de Abel (Gênesis 4:3-5) não era entre animal e vegetal. A diferença foi que o sacrifício de Abel foi feito pela fé.

i. “O sacrifício de Abel foi preferido ao de seu irmão por nenhuma outra razão além de ser santificado pela fé; pois certamente a gordura dos animais brutos não cheirava tão docemente que poderia, por seu odor, pacificar a Deus.” (Calvino)

b. Deus aprovou as suas ofertas: É provável que Deus testificou de Seu prazer com o sacrifício de Abel consumindo-o com fogo do céu, como aconteceu na dedicação do tabernáculo (Levítico 9:24), do templo (2 Crônicas 7:1) e sobre as ofertas feitas por Davi (1 Crônicas 21:26) e Elias (1 Reis 18:38).

c. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala: Imediatamente com o exemplo de Abel, o escritor nos lembra que a fé não é necessariamente recompensada na terra. Mas o próprio Deus testifica da justiça dos fiéis. O sangue de Abel ainda fala conosco, lembrando-nos do valor da eternidade.

2. (5-6) A fé de Enoque.

Pela fé Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte; “ele já não foi encontrado porque Deus o havia arrebatado”, pois antes de ser arrebatado recebeu testemunho de que tinha agradado a Deus. Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam.

a. Pela fé Enoque: Enoque é um dos homens misteriosos do Antigo Testamento sendo mencionado apenas em Gênesis 5:21-24: “Enoque andou com Deus; e já não foi encontrado, pois Deus o havia arrebatado.”

i. Muitas tradições judaicas e cristãs fazem de Enoque o destinatário de algumas revelações espetaculares e estranhas. Judas o reconheceu como profeta (Judas 1:14-15). Mas o valor de outras profecias atribuídas a ele é incerto na melhor das hipóteses.

b. Enoque foi arrebatado, de modo que não experimentou a morte: O escritor aos Hebreus assumiu que somente um homem de fé poderia desfrutar de comunhão íntima com Deus. Obviamente, qualquer um que tivesse esse tipo de comunhão com Deus deveria ter agradado a Deus, e ao agradar a Deus, Enoque cumpriu o propósito para o qual o homem foi criado (Apocalipse 4:11).

c. Sem fé é impossível agradar a Deus: Esta é a fé básica exigida de qualquer um que busca a Deus, precisa crer que ele existe, e se deve acreditar que recompensa aqueles que o buscam. Devemos crer que Deus está ali, e que Ele se revelará ao coração que busca.

i. O escritor aos Hebreus não disse que é difícil agradar a Deus sem fé. Ele disse que é impossível.

ii. “Esses dois elementos parecem muito simples, mas, infelizmente, quantos cristãos professos agem como se Deus não estivesse vivo; e quantos outros, embora o busquem, não esperam dele como recompensador!” (Newell)

3. (7) A fé de Noé.

Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não se viam, movido por santo temor, construiu uma arca para salvar sua família. Por meio da fé ele condenou o mundo e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé.

a. Pela fé Noé, quando avisado a respeito de coisas que ainda não se viam: Noé foi avisado de algo que nunca havia acontecido antes. Sua fé foi demonstrada não apenas em concordar que o dilúvio viria, mas em fazer o que Deus lhe disse para fazer em relação ao dilúvio – movido por santo temor.

b. Construiu uma arca: A verdadeira fé sempre fará alguma coisa. O livro de Tiago repete esse tema repetidamente.

c. Ele condenou o mundo: Não devemos pensar que Noé foi um homem que pregou sermões de condenação ao mundo. Em vez disso, a mera conduta dos piedosos, sem nenhuma pregação, pode parecer uma condenação ao mundo.

C. Fé na vida de Abraão e dos Patriarcas.

1. (8) A obediência de Abraão pela fé.

Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu e dirigiu-se a um lugar que mais tarde receberia como herança, embora não soubesse para onde estava indo.

a. Pela fé Abraão, quando chamado, obedeceu: Abraão deu um passo de fé, indo para o lugar que Deus lhe havia prometido; mas sua fé era menos que perfeita. Isso é visto comparando Gênesis 12:1-5 com Atos 7:2-4, onde é evidente que Abraão só chegou no meio do caminho para onde Deus o chamou, e somente eventualmente obedeceu completamente. No entanto, milhares de anos depois, Deus não “lembrou” a obediência tardia, apenas a fé.

2. (9-10) A peregrinação da vida de fé de Abraão.

Pela fé peregrinou na terra prometida como se estivesse em terra estranha; viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó, coerdeiros da mesma promessa. Pois ele esperava a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus.

a. Pela fé peregrinou na terra prometida: Abraão viveu como um “peregrino” na terra que Deus prometeu, nunca possuindo nada dela, exceto os terrenos em que ele e Sara foram enterrados. Peregrinou traduz a palavra grega antiga paroikos, descrevendo um “estrangeiro residente” – aquele que vive em um determinado lugar, mas não tem status permanente lá.

i. Um estrangeiro residente ou um peregrino é evidente. A maneira como falam, como se vestem, seus maneirismos, seu entretenimento, sua cidadania e seus amigos falam de sua terra natal. Se alguém é o mesmo em todas essas áreas que os “nativos”, eles não são mais peregrinos – são residentes permanentes. Os cristãos não devem viver como se fossem residentes permanentes do planeta terra.

b. Viveu em tendas, bem como Isaque e Jacó: Por não terem casa permanente, Abraão, Isaque e Jacó moravam em tendas em vez de casas. Eles ansiavam por uma cidade melhor – a cidade que tem alicerces, cujo arquiteto e edificador é Deus.

3. (11-12) A fé de Sara e seus resultados.

Pela fé, Abraão – e também a própria Sara, apesar de estéril e avançada em idade – recebeu poder para gerar um filho, porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa. Assim, daquele homem já sem vitalidade originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu e tão incontáveis como a areia da praia do mar.

a. Pela fé… Sara: A fé de Sara não era perfeita. Ela primeiro riu na incredulidade (Gênesis 18:9-15) e depois aprendeu a rir na fé (Gênesis 21:6).

b. Porque considerou fiel aquele que lhe havia feito a promessa: A fé se resume a julgar que Deus é fiel e capaz de cumprir Suas promessas. Foi essa fé que permitiu que Sara recebeu poder para gerar um filho. Deus deu a força, mas Sara recebeu pela fé.

c. Originaram-se descendentes tão numerosos como as estrelas do céu: Por causa da fé de Sara e Abraão, milhares – até milhões – de descendentes nasceram. A fé deles teve um impacto em mais vidas do que eles jamais sonharam.

4. (13-16) O que a fé de Abraão e Sara nos ensina.

Todos eles morreram na fé, sem receber o que tinha sido prometido; viram de longe, creram e saudaram, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Os que assim falam mostram que estão buscando uma pátria. Se estivessem pensando naquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar. Em vez disso, eles esperavam uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade.

a. Todos eles morreram na fé, e morreram sem receber o que tinha sido prometido: A promessa do Messias foi feita a Abraão e Sara, e eles creram na promessa. No entanto, eles morreram sem nunca o receber, apenas vendo-a com .

i. Eles viram de longe, dispostos a olhar e considerar a promessa de Deus, mesmo que o cumprimento parecesse tão distante.

ii. Eles creram, considerando cuidadosamente a promessa, assegurados de que a promessa era válida porque Deus fez a promessa.

iii. Eles saudaram, tomando a promessa e abraçando-a com fé. Abraão e Sara provavelmente pensaram muitas vezes ao dia no filho que Deus lhes prometeu e muitas vezes eles abraçaram a promessa. “Os santos ‘saudaram’ as promessas. A palavra grega significa ‘saudações’, como quando vemos um amigo à distância.” (Spurgeon)

iv. Eles confessaram que eram estrangeiros e peregrinos: Abraão e Sara sempre aceitaram a promessa com o entendimento de que este mundo não era seu lar. Eles sabiam que Deus tinha um lar melhor e mais duradouro para eles no céu.

v. Se esses exemplos de fé suportaram dificuldades e desânimo sem receber o que tinha sido prometido, então nós que recebemos as promessas temos ainda mais motivos para perseverar.

vi. Todos eles morreram na fé:

·Eles não precisavam buscar fé no leito de morte. Eles morreram na fé.

·Embora tivessem fé, também morreram. Não temos fé para escapar da morte, mas para morrer na fé.

·Eles nunca foram além da fé e “cresceram além” da simples dependência de Deus.

·Eles nunca foram abaixo da fé ou perderam a fé.

b. Eles esperavam uma pátria melhor, isto é, a pátria celestial: Viver pela fé é mais fácil quando lembramos que este mundo não é nosso lar. É mais fácil quando lembramos que neste lado da eternidade, nem tudo está resolvido e nem todo erro é corrigido. É por isso que eles esperavam uma pátria melhora pátria celestial.

i. A fé é muito difícil quando vivemos como “ateus práticos.” Isso descreve alguém que pode ter uma crença teórica em Deus, mas a crença não importa no que eles fazem no dia a dia. Quando nos lembramos de que existe uma realidade espiritual – um lar celestial que é nosso verdadeiro lar – a fé é muito mais fácil.

ii. O grande tema dos tempos modernos é o naturalismo, a crença de que apenas o que pode ser encontrado e medido na natureza é “real.” Cientistas e educadores que confiam no naturalismo podem se contentar em nos deixar acreditar em Deus, contanto que concordemos que Deus é um conto de fadas – alguém que não é real. Mas quando cremos na realidade de Deus e do céu e de Sua palavra, é completamente inaceitável para aqueles que vivem pelo naturalismo.

iii. H.L. Mencken disse que a fé é a “crença ilógica na ocorrência do impossível.” Isso só seria verdade se não houvesse Deus ou se Ele não importasse. Visto que Deus ée desde que Ele importa, a fé é inteiramente lógica.

c. Por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles: Para aqueles corajosos o suficiente para crer em Deus e crer Nele como real, e o céu e a vida eterna como real, por essa razão Deus não se envergonha de ser chamado o Deus deles, pois preparou-lhes uma cidade.

i. Muitas vezes consideramos a ideia de que não devemos nos envergonhar de Deus, mas também devemos considerar que podemos fazer com que Deus se envergonhe de nós. Quando não consideramos Deus, o céu e a eternidade como reais, pode haver um sentido em que Deus se envergonha de ser chamado de nosso Deus.

5. (17-19) A fé de Abraão era grande o suficiente para saber que Deus era capaz de ressuscitar os mortos, e que Deus era capaz de cumprir Suas promessas.

Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque como sacrifício. Aquele que havia recebido as promessas estava a ponto de sacrificar o seu único filho, embora Deus lhe tivesse dito: “Por meio de Isaque a sua descendência será considerada.” Abraão levou em conta que Deus pode ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu Isaque de volta dentre os mortos.

a. Pela fé Abraão, quando Deus o pôs à prova, ofereceu Isaque: O tempo verbal para ofereceu indica que, no que diz respeito a Abraão, o sacrifício foi completo. Em sua vontade e em seu propósito ele realmente sacrificou seu filho.

b. Estava a ponto de sacrificar o seu único filho: Embora Abraão tivesse outro filho (Ismael, o filho de sua tentativa carnal de cumprir a promessa de Deus), Deus não reconheceu o outro filho (Gênesis 22:1-14) – então Isaque poderia ser chamado o seu único filho.

c. Levou em conta que Deus pode: A antiga palavra grega traduzida como levar em conta significa exatamente o que soa em português. É um termo da aritmética que expressa “um ato decisivo e cuidadosamente raciocinado.” (Guthrie) Isso significa que Abraão calculou a promessa de Deus digna de confiança.

d. Ressuscitar os mortos; e, figuradamente, recebeu: No que diz respeito a Abraão, Isaque estava praticamente morto e foi dos mortos que o recebeu de volta, de uma maneira que prefigurava a ressurreição de Jesus.

i. Bruce se pergunta se este não é o incidente ao qual Jesus se referiu em João 8:56 quando Jesus disse: “Abraão, pai de vocês, regozijou-se porque veria o meu dia; ele o viu e alegrou-se.”

ii. Quando Abraão foi confrontado com uma promessa e uma ordem de Deus que pareciam se contradizer, ele fez o que todos nós deveríamos fazer: ele obedeceu à ordem e deixou Deus cuidar da promessa. Deus era mais do que capaz de fazer isso.

6. (20) A fé de Isaque.

Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú com respeito ao futuro deles.

a. Pela fé Isaque abençoou Jacó: Isaque estava realmente na carne, não na , quando ele pretendia abençoar Esaú em vez de Jacó. Ele queria abençoar Esaú com a primogenitura por motivos carnais. Ele gostava de Esaú como um homem mais “viril” e gostava da caça selvagem que trazia para casa. Em vez disso, ele deveria ter escolhido Jacó, a quem Deus escolheu.

b. Pela fé Isaque abençoou: No entanto Isaque chegou ao lugar da quando descobriu que ele havia realmente abençoado Jacó em vez de Esaú. Gênesis 27:33 diz: Isaque começou a tremer muito. Quando Isaque tremeu muito, ele ficou perturbado porque sabia que havia tentado encaixotar Deus, derrotar o plano de Deus, e que Deus o havia vencido. Ele percebeu que sempre seria derrotado quando tentasse resistir à vontade de Deus, mesmo quando não gostasse. E ele aprendeu que, apesar de suas tentativas arrogantes contra a vontade de Deus, a vontade de Deus era gloriosa.

c. Pela fé: A na bênção de Isaque veio depois que a tentativa de Isaque de frustrar a vontade de Deus foi destruída, quando ele disse de Jacó, “e abençoado ele será” (Gênesis 27:33). Ele sabia que sua tentativa fraca de dizer a Deus o que fazer foi derrotada, e ele respondeu na fé que dizia: “Tudo bem Deus, você venceu. Seja Jacó abençoado com a primogenitura, e Esaú seja abençoado depois dele à sua maneira.”

7. (21) A fé de Jacó.

Pela fé Jacó, à beira da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou a Deus, apoiado na extremidade do seu bordão.

a. Pela fé Jacó, à beira da morte, abençoou cada um dos filhos de José: Jacó levou uma vida bastante carnal. No entanto, sua fé também pode olhar além da morte – e ele abençoou cada um de seus filhos.

b. E adorou a Deus, apoiado na extremidade do seu bordão: Jacó teve que se apoiar na extremidade do seu bordão porque ele havia mancado muitos anos antes, quando Deus o confrontou em Peniel (Gênesis 32:24-32). Ao se apoiar em seu cajado, lembrou-se de que Deus era grande e guardava seu futuro e o futuro de seus descendentes. Por isso ele adorou, demonstrando sua fé e dependência de Deus.

8. (22) A fé de José.

Pela fé José, no fim da vida, fez menção do êxodo dos israelitas do Egito e deu instruções acerca dos seus próprios ossos.

a. Pela fé José: José fez menção do êxodo dos israelitas do Egito (Gênesis 50:24), quando disse: “Deus certamente virá em auxílio de vocês e os tirará desta terra, levando-os para a terra que prometeu com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó.”

b. E deu instruções acerca dos seus próprios ossos: Quando José morreu, ele nunca foi enterrado. Seu caixão ficou acima do solo por cerca de 400 anos até ser levado de volta a Canaã. Foi uma testemunha silenciosa todos aqueles anos que Israel estava voltando para a Terra Prometida, assim como Deus havia dito.

i. “O Espírito Santo neste capítulo seleciona da vida dos homens bons os exemplos mais brilhantes de sua fé. Eu dificilmente teria esperado que ele mencionasse a cena da morte de José como a prova mais ilustre de sua fé em Deus… Isto não nos diz, queridos irmãos e irmãs, que julgamos muito mal acerca do que Deus mais se deleitará?” (Spurgeon)

c. Pela fé José: A fé de José testificou por anos após sua morte. Durante todo esse tempo, quando um filho de Israel via o caixão de José e perguntava por que estava lá e não foi enterrado, eles puderam responder: “Porque o grande homem José não quis ser sepultado no Egito, mas na Terra Prometida que Deus um dia nos levará.”

D. Fé na nação de Israel.

1. (23) A fé dos pais de Moisés.

Pela fé Moisés, recém-nascido, foi escondido durante três meses por seus pais, pois estes viram que ele não era uma criança comum, e não temeram o decreto do rei.

a. Pela fé Moisés… foi escondido durante três meses por seus pais: Os pais de Moisés mostraram fé quando perceberam que ele era especialmente favorecido por Deus, eles tomaram medidas de fé para salvar sua vida apesar do perigo.

b. E não temeram o decreto do rei: Quando o Faraó do Egito ordenou o assassinato de crianças hebraicas, a deu aos pais de Moisés a coragem de obedecer a Deus em vez do homem.

2. (24-26) A fé de Moisés na corte de Faraó.

Pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado filho da filha do Faraó, preferindo ser maltratado com o povo de Deus, que desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. Por amor de Cristo, considerou a desonra riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque contemplava a sua recompensa.

a. Recusou ser chamado filho da filha do Faraó: Moisés mostrou fé quando deixou Deus traçar seu destino em vez de permitir que Faraó ou ambição crua o fizesse.

b. Preferindo ser maltratado: Essa escolha teve consequências. Moisés sabia que seguir o caminho de Deus significava ser maltratado, em vez de desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. O pecado tem seus prazeres; mas Moisés corretamente os viu como passageiros, mesmo que durassem toda a sua vida terrena.

c. Por amor de Cristo: Moisés provavelmente não sabia disso na época, mas a perseguição que sofreu por sua escolha de servir a Deus e Seu povo o colocou na companhia de Jesus – que sofreu para libertar os homens.

3. (27) A fé de Moisés quando saiu do Egito.

Pela fé Moisés saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível.

a. Pela fé Moisés saiu do Egito, não temendo a ira do rei: Os olhos naturais de Moisés podiam ver o perigo de Faraó, e ele entendia o perigo de permanecer em qualquer lugar perto do Egito. No entanto, seu olho de fé via aquele que é invisível e ele entendeu que Deus era um fato maior em sua situação do que um Faraó irado.

4. (28) Moisés mostrou fé quando liderou Israel na Páscoa, em obediência à ordem de Deus.

Pela fé celebrou a Páscoa e fez a aspersão do sangue, para que o destruidor não tocasse nos primogênitos dos israelitas.

a. Pela fé ele celebrou a Páscoa: Era preciso fé para acreditar que o sangue de um cordeiro no batente da porta salvaria uma casa do terror do anjo da morte. Mas Moisés tinha essa fé e liderou a nação na celebração da Páscoa.

b. Para que o destruidor não tocasse nos primogênitos: Aqueles que não compartilharam a de Moisés e de Israel obediente encontraram seus filhos primogênitos destruídos pelo destruidor naquela primeira Páscoa. Eles não confiaram no sangue do Cordeiro Pascal.

5. (29) A fé da nação de Israel ao cruzar o Mar Vermelho.

Pela fé o povo atravessou o mar Vermelho como em terra seca; mas, quando os egípcios tentaram fazê-lo, morreram afogados.

a. Pela fé o povo atravessou o mar Vermelho: A diferença entre os israelitas que cruzaram o Mar Vermelho e os egípcios que os seguiram não foi coragem, mas fé.

b. Quando os egípcios tentaram fazê-lo, morreram afogados: Os egípcios tinham tanta (ou mais) coragem do que os israelitas, mas não a mesma – e cada um deles teve destinos diferentes. O povo atravessou e os egípcios morreram afogados.

6. (30) A fé da nação de Israel ao rodear Jericó como Deus havia ordenado.

Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de serem rodeados durante sete dias.

a. Pela fé caíram os muros de Jericó: Em Jericó, o povo de Israel tinha uma fé ousada. Não havia como voltar atrás, pois já haviam atravessado o rio Jordão em tempo de cheia, o que dificultava qualquer tentativa de retroceder.

b. Depois de serem rodeados durante sete dias: Em Jericó o povo de Israel tinha uma fé obediente. Eles realmente não entendiam o que Deus estava fazendo, mas mesmo assim obedeceram.

c. Depois de serem rodeados durante sete dias: Em Jericó o povo de Israel tinha uma fé paciente. Os muros não caíram nos primeiros seis dias, mas continuaram marchando como Deus ordenou.

d. Durante sete dias: Em Jericó o povo de Israel teve uma fé antecipada. Eles sabiam que Deus agiria no sétimo dia quando eles gritaram.

7. (31) A fé de Raabe.

Pela fé a prostituta Raabe, por ter acolhido os espiões, não foi morta com os que haviam sido desobedientes.

a. Pela fé a prostituta Raabe… não foi morta: Josué 2 nos fala de Raabe, que pode parecer um exemplo incomum de fé. No entanto, sua disposição de se tornar uma traidora dos deuses de Canaã e de se identificar com Jeová com Seu povo, apesar do custo, é digna de louvor.

i. “Ela era uma prostituta, uma mulher que era pecadora, e universalmente conhecida por ser assim. Tentativas desesperadas foram feitas para encontrar algum outro significado para a palavra prostituta, mas foram totalmente infrutíferas.” (Spurgeon) Spurgeon descreveu a fé de Raabe assim:

·Fé salvadora.

·Fé singular.

·Fé estável.

·Fé abnegada.

·Fé solidária.

·Fé santificadora.

b. Por ter acolhido os espiões: Quando os espias hebreus chegaram a Raabe, ela declarou que “o Senhor, o seu Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo na terra” (Josué 2:11). Esta era a prova de sua fé. Não era uma fé forte e não era uma fé perfeita, mas sua fé era louvável mesmo assim.

i. Clemente de Roma, o primeiro escritor cristão fora da Bíblia, foi o primeiro a ver um símbolo do sangue de Jesus na corda escarlate que Raabe colocou do lado de fora de sua janela (Josué 2:18).

8. (32) Outros heróis da fé.

Que mais direi? Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas,

a. Gideão: Ele corajosamente destruiu ídolos e foi poderosamente usado por Deus para derrotar um exército muito maior de midianitas (Juízes 6-7). No entanto, ele também era um homem que inicialmente duvidou da palavra de Deus para ele e repetidamente pediu confirmação.

b. Baraque: Ele liderou o povo de Israel em uma vitória dramática sobre os cananeus (Juízes 4). No entanto, ele hesitou e só avançou quando Débora o encorajou.

c. Sansão: Ele foi usado poderosamente pelo Senhor para derrotar os filisteus. No entanto, ele nunca viveu à altura de seu potencial e teve um final trágico em sua vida depois de ser seduzido por Dalila (Juízes 13-16).

d. Jefté: Ele foi usado por Deus para derrotar os amonitas. No entanto, Jefté fez um voto tolo e obstinadamente o manteve (Juízes 11).

e. Davi: O grande rei de Israel era um notável homem de fé. No entanto, ele também falhou com Bate-Seba e com seus próprios filhos.

i. Cada um deles era homem de fé, mas tinha áreas notáveis de fracasso em sua vida. Ainda assim, Hebreus 11 elogia a fé deles e os lista na “Galeria da Fé.” Isso mostra que a fé fraca é melhor do que a incredulidade, e você não precisa ser perfeito para entrar na “Galeria da Fé” de Deus.

9. (33-35a) Pela fé, alguns foram vitoriosos sobre as circunstâncias.

Os quais pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos…

a. Conquistaram reinos: Alguns deles foram Davi, Josué, Rei Asa, Josafá, Rei Ezequias e Rei Josias.

b. Praticaram a justiça: Alguns destes foram Elias, Eliseu e os outros profetas em geral; Rei Josias também.

c. Alcançaram o cumprimento de promessas: Entre elas podem incluir Calebe, Gideão e Baraque.

d. Fecharam a boca de leões: Estes incluem Daniel, Davi e Benaia (um dos valentes de Davi).

e. Apagaram o poder do fogo: Entre estes estão Sadraque, Mesaque e Abednego.

f. Escaparam do fio da espada: Davi escapou da espada de Golias e da espada de Saul, Moisés escapou da espada de Faraó, e Elias escapou da espada de Jezabel.

g. Da fraqueza tiraram força: Entre estes estão Sara, Gideão, Abraão, Ester e o rei Ezequias.

i. “Muitos de nós podem nunca ter que enfrentar a fogueira, nem inclinar o pescoço sobre a guilhotina, para morrer como Paulo morreu; mas se tivermos graça suficiente para ser fortalecidos da fraqueza, não seremos deixados de fora do rol dos nobres da fé, e o nome de Deus não deixará de ser glorificado em nossas pessoas.” (Spurgeon)

h. Tornaram-se poderosos na batalha: Alguns dos muitos nesta descrição são Davi, o rei Asa e Josafá.

i. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos: O Antigo Testamento menciona pelo menos duas que se encaixam nessa descrição, a viúva de Serepta e a mulher sunamita.

10. (35b-38) Pela fé, alguns foram vitoriosos sob suas circunstâncias.

Alguns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior. Outros enfrentaram zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas.

a. Torturados: Esta é uma palavra brutal na língua grega antiga. Ela carrega a ideia de “bater com uma vara ou um bastão.”

b. Uma ressurreição superior: Como Jesus disse em João 5:29, há uma ressurreição para vida e uma ressurreição para condenação. Esses dignos receberam a ressurreição superior.

c. Enfrentaram zombaria: Isaque suportou a cruel zombaria de Ismael, e Sansão foi zombado na festa dos filisteus.

d. Acorrentados e colocados na prisão: José foi lançado na prisão por sua fé, e o malvado rei Acabe prendeu o profeta Micaías.

e. Apedrejados: Zacarias foi apedrejado até a morte entre o altar e o templo e Nabote foi apedrejado até a morte pelos capangas de Jezabel.

f. Serrados ao meio: De acordo com a tradição confiável, Isaías foi serrado ao meio e morto.

g. Postos à prova: Entre essas terríveis torturas físicas, o escritor cita ser posto à prova no mesmo contexto. Alguns pensam que o texto foi corrompido aqui e o escritor aos Hebreus escreveu originalmente, “marcados” (como animais), “queimados vivos”, “mutilados” ou “estrangulados.” Mas para aqueles que conhecem a dor da provação, não é desarrazoado pensar que o escritor considerava a superação da provação um verdadeiro triunfo da fé.

i. “‘Eles foram postos à prova: não diz como. Se uma forma de provação tivesse sido mencionada, deveríamos ter presumido que eles não sofreram de outras maneiras, mas quando a afirmação é ‘eles foram postos à prova’, não estaremos errados em concluir que eles foram provados de todas e quaisquer formas.” (Spurgeon)

h. Mortos ao fio da espada: Como os oitenta e cinco sacerdotes assassinados por Doegue, ou os profetas assassinados nos dias de Elias.

i. Vestidos de pele de ovelhas e de cabras: Como Elias, que usava este tipo de roupa humilde e não se importava com a humildade ou o desconforto.

j. O mundo não era digno deles: O mundo não é necessariamente amigável para as pessoas de fé, e o mundo também não é necessariamente digno delas.

i. “O desprezado e maltratado grupo de servos de Deus era de maior valor real do que todo o resto da humanidade junto.” (Morris)

k. Pelas cavernas e grutas: Davi, Elias e os profetas sob a liderança de Obadias foram todos forçados a fugir e se esconder em cavernas.

11. (39-40) Conclusão: Temos ainda mais razões para a fé, mais razões para nos apegarmos à fé, do que esses heróis da fé tinham.

Todos eles receberam bom testemunho por meio da fé; no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados.

a. Todos eles receberam bom testemunho por meio da fé: Embora tenham obtido este bom testemunho, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido, o testemunho da obra completa do Messias em seu favor. Se esses seguidores de Deus permaneceram firmes sem receber a promessa, aqueles que receberam a promessa têm ainda mais motivos para continuar passando por provações e dificuldades.

b. Deus havia planejado algo melhor para nós: Recebemos algo melhor (ver e desfrutar da obra completa de Jesus em nosso favor) e, portanto, temos muito mais razões para manter a fé e não deixar o desânimo e os tempos difíceis nos derrotarem.

c. Para que conosco fossem eles aperfeiçoados: A ideia de aperfeiçoados é “completo.” Eles não poderiam ser completados até a obra de Jesus. Eles ansiavam por Jesus e Sua obra, nós olhamos para atrás – e desfrutamos do fruto de Sua obra.

i. “Este capítulo prova que os santos de todas as eras são essencialmente um. Há um elo que os une; uma emoção que passa de mão em mão ao redor do círculo.” (Meyer)

ii. Sua fidelidade torna nossa fé um pouco mais fácil. O escritor aos Hebreus começou este capítulo falando de fé no tempo presente: a fé é a certeza… Pela fé entendemos (Hebreus 11:1 e 11:3). O final do capítulo nos lembra que a fé é e é para nós que seguimos os passos dos homens e mulheres fiéis de épocas anteriores.

iii. “É o que Cristo fez que abre o caminho para a própria presença de Deus para eles como para nós. Somente a obra de Cristo traz os tempos do Antigo Testamento e os do novo e vivo caminho à presença de Deus.” (Morris)

© 2022 The Enduring Word Bible Commentary by David Guzik – ewm@enduringword.com 

Categories: New Testament

© Copyright 2018 - Enduring Word       |      Site Hosted & Maintained by Local View Marketing    |    Privacy Policy