Gênesis 6 – A Maldade do Homem; Deus chama Noé

A. A maldade do homem nos dias de Noé.

1. (1-2) Casamento misto entre os filhos de Deus e as filhas dos homens.

Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra e lhes nasceram filhas, os filhos de Deus viram que as filhas dos homens eram bonitas, e escolheram para si aquelas que lhes agradaram.

a. Quando os homens começaram a multiplicar-se na terra: Durante estes dias de rápida expansão populacional (especialmente por causa da longa expectativa de vida no mundo pré-diluviano), havia um problema com casamentos mistos ímpios entre os filhos de Deuse as filhas dos homens.

b. Os filhos de Deus viram que as filhas dos homens: Muitos acreditaram que os filhos de Deus eram aqueles da linhagem de Sete, e as filhas dos homens eram da linhagem de Caim, e isso descreve um casamento misto entre os piedosos e os ímpios, algo que Deus proíbe especificamente (Deuteronômio 7:1-4, 2 Coríntios 6:14).

i. Mas esta abordagem deixa muitas perguntas sem resposta: Por que é que isto irritou Deus o suficiente para exterminar quase toda a população da Terra? Por que havia algo incomum na descendência dessas uniões (Gênesis 6:4)? A ideia de que estes eram crentes casando-se com incrédulos não parece se encaixar no registro do texto.

c. Os filhos de Deus viram que as filhas dos homens: É mais correto ver os filhos de Deus como demônios (anjos em rebelião contra Deus) ou como homens exclusivamente possuídos por demônios, e as filhas dos homens como mulheres humanas.

i. A frase filhos de Deus refere-se a criaturas angélicas quando é usada três outras vezes no Antigo Testamento (Jó 1:6, 2:1, 38:7). Os tradutores da Septuaginta traduziram os filhos de Deus como anjos. Aqueles antigos tradutores judeus pensavam claramente que filhos de Deus se referiam a seres angélicos, não a pessoas descendentes de Sete.

ii. Judas 6 nos fala dos anjos que não conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada. Judas explica (Judas 7) que eles pecaram de modo semelhante a esses… e entregaram à imoralidade e a relações sexuais antinaturais. Aqui em Gênesis 6, como em Sodoma e Gomorra, houve uma união sexual antinatural.

iii. A natureza precisa desta união não é conhecida. Se isso foi provocado por algo como possessão demoníaca, ou se esses seres angélicos tinham poder para assumir permanentemente a forma de homens, não é revelado. No entanto, associações sexuais demoníacas são notadas no mundo do ocultismo.

iv. Judas 6 também explica que Deus fez isso com os anjos ofensores. Eles estão guardados em trevas, presos com correntes eternas para o juízo do grande Dia, por não manterem seu devido lugar. Sua busca pecaminosa pela liberdade os colocou em cativeiro.

v. 1 Pedro 3:19-20 afirma que Jesus foi até esses espíritos desobedientes em sua prisão e proclamou Sua vitória sobre eles na cruz.

vi. Uma objeção apresentada a esse entendimento vem de Mateus 22:30, onde Jesus disse que os anjos não se casam nem são dados em casamento. No entanto, Jesus nunca disse que os anjos não tinham sexo, e Ele também falou de seres angélicos fiéis (os anjos de Deus no céu), não de seres rebeldes.

vii. Do livro de 1 Enoque, que não é uma escritura inspirada, mas ainda pode conter alguns relatos precisos: “E aconteceu que os filhos dos homens se multiplicaram e naqueles dias lhes nasceram filhas lindas e atraentes. E os anjos, os filhos do céu, os viram e os desejaram, e disseram uns aos outros: ‘Vinde, escolhamos para nós esposas dentre os filhos dos homens e geremos filhos…’ [Eles] tomaram para si esposas, e cada um escolheu para si uma, e eles começaram a ir até elas e a se contaminar com elas, e elas lhes ensinaram encantos e encantamentos… E elas engravidaram e deram à luz grandes gigantes… E lá surgiu muita impiedade, e eles cometeram fornicação, e foram desencaminhados, e tornaram-se corruptos em todos os seus caminhos.”

d. Escolheram para si aquelas que lhes agradaram: É possível que Satanás tenha enviado seus anjos para se casarem (direta ou indiretamente) com mulheres humanas. Satanás tentou poluir o patrimônio genético da humanidade com uma corrupção satânica, para colocar algo como um vírus genético para tornar a raça humana inadequada para produzir a semente da mulher– o libertador, o conquistador de Satanás, o Messias – prometido em Gênesis 3:15.

i. “O Salvador não poderia nascer de uma mãe possuída por um demônio. Portanto, se Satanás conseguisse infectar toda a raça, o libertador não poderia vir.” (Boice)

ii. Neste esforço, Satanás quase teve sucesso. A raça estava tão poluída que Deus achou necessário começar de novo com Noé e seus filhos, e aprisionar os demônios ofensores para que nunca mais pudessem fazer isso.

2. (3-4) A resposta de Deus a esta grande maldade.

Então disse o Senhor: “Por causa da perversidade do homem, meu Espírito não contenderá com ele para sempre; ele só viverá cento e vinte anos”. Naqueles dias, havia nefilins na terra, e posteriormente, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens e elas lhes deram filhos. Eles foram os heróis do passado, homens famosos.

a. Meu Espírito não contenderá com ele para sempre: Deus não permitiu que a raça humana permanecesse neste lugar rebelde para sempre. Quando alguém rejeita Deus continuamente, há um lugar sem retorno onde Deus não mais contenderá para persuadir essa pessoa ao arrependimento e à fé. Deus não perseguirá e cortejará os rebeldes para sempre; há um ponto em que Ele diz: “não mais”.

i. É importante ter um sentido de urgência em responder a Jesus, em vez de esperar por outro dia. Não há promessa de que Deus perseguirá e atrairá os perdidos algum outro dia.

b. Ele só viverá cento e vinte anos: 120 anos não indicam a duração da vida externa do homem. Aqui, anunciou o número de anos até o julgamento do dilúvio. A inundação aconteceu 120 anos após este anúncio.

c. Naqueles dias, havia nefilins na terra: Refere-se à descendência não natural da união entre os filhos de Deuse as filhas dos homens, embora houvesse pessoas de tamanho incomum na terra antes e depois do dilúvio (naqueles dias e posteriormente). Estes antes do dilúvio eram únicos por causa do elemento demoníaco de sua ascendência. Eles eram os homens heróis do passado, homens famosos.

3. (5-8) A grande maldade do homem nos dias de Noé.

O Senhor viu que a perversidade do homem tinha aumentado na terra e que toda a inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal. Então o Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração. Disse o Senhor: “Farei desaparecer da face da terra o homem que criei, os homens e os animais, grandes e pequenos, e as aves do céu. Arrependo-me de havê-los feito”. Porém Noé achou graça diante do Senhor.

a. A inclinação dos pensamentos do seu coração era sempre e somente para o mal: Esta é uma declaração radicalmente abrangente da pecaminosidade e depravação do coração humano nos dias de Noé. Não havia nenhum aspecto da natureza do homem que não estivesse corrompido pelo pecado.

i. “Uma declaração mais enfática da maldade do coração humano é dificilmente concebível.” (Vriezen, citado em Kidner)

ii. Jesus disse: Como foi nos dias de Noé, assim também será na vinda do Filho do homem (Mateus 24:37). As condições do mundo antes da vinda de Jesus serão como as condições do mundo antes do dilúvio.

·Explosão populacional (Gênesis 6:1).

·Perversão sexual (Gênesis 6:2).

·Atividade demoníaca (Gênesis 6:2).

·Maldade constante no coração do homem (Gênesis 6:5).

·Corrupção e violência generalizadas (Gênesis 6:11).

b. O Senhor arrependeu-se de ter feito o homem sobre a terra, e isso cortou-lhe o coração: A tristeza de Deus pela corrupção do homem e a tristeza no coração de Deus são impressionantes. Isto não significa que Deus tenha perdido o controle sobre a criação ou sobre Seu grande plano de redenção. Isso não significa que Deus esperava algo melhor, mas foi incapaz de alcançá-lo. Deus sabia o tempo todo que era assim que as coisas aconteceriam, mas à medida que Deus vê Seu plano para os tempos se desenrolar, na analogia da emoção e do sentimento humano, isso o afeta. Deus não é insensível diante do pecado e da rebelião humana.

i. A maldade do homem – e possivelmente a corrupção genética da raça humana – levou Deus a emitir este julgamento radical, para fazer desaparecer o homem e os animais da face da terra. Foram pecados e corrupção profundos que levaram a um julgamento tão radical.

c. Porém Noé achou graça diante do Senhor: Embora Deus ordenasse que toda a terra fosse purificada de sua corrupção, Ele encontrou um homem com quem começar de novo. O homem era Noé, que achou graça diante do Senhor. Noé não ganha graça; ele achou. A graça não é conquistada; Deus dá e o homem acha.

i. Era verdade então, e é verdade hoje: Mas onde aumentou o pecado transbordou a graça (Romanos 5:20).

B. Deus chama Noé para construir a Arca.

1. (9-10) Noé e seus filhos.

Esta é a história da família de Noé: Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época; ele andava com Deus. Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.

a. Noé era homem justo, íntegro entre o povo da sua época: Esta descrição de Noé – única para ele nas Escrituras – não se refere apenas à vida justa de Noé, mas também ao fato de ele ainda não ter sido corrompido pela tentativa de Satanás de semear algo como um vírus no acervo genético da humanidade. A frase que ele era íntegro entre o povo pode ser entendida como: “Noé era puro em seu perfil genético”.

i. “Noé viveu uma vida íntegra? Não, falando popularmente, e como as Escrituras falam frequentemente, podemos dizer que o caráter de Noé era justo. Deve ter havido falhas nisso; e, certamente, após esse período, houve uma grande e triste falha, da qual não é necessário falar mais particularmente agora, ainda assim, Deus o considerava justo.” (Spurgeon)

ii. Spurgeon destacou que podemos saber que Noé tinha a justiça que vem da fé porque assim que as águas do dilúvio secaram ele saiu da arca, ele ofereceu sacrifícios (Gênesis 8:20).

b. Noé gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé: Os três filhos de Noé terão um papel proeminente no desenvolvimento do plano de Deus. Deus os usou como base para o resto da raça humana.

2. (11-13) A corrupção da terra e a graça de Deus.

Ora, a terra estava corrompida aos olhos de Deus e cheia de violência. Ao ver como a terra se corrompera, pois toda a humanidade havia corrompido a sua conduta, Deus disse a Noé: “Darei fim a todos os seres humanos, porque a terra encheu-se de violência por causa deles. Eu os destruirei com a terra.

a. A terra estava corrompida… e cheia de violência: Por causa da corrupção e da violência na terra, e da extensão da corrupção, Deus disse a Noé que Ele julgaria os ímpios junto com a terra. A repetição da ideia de corrupção é repetida três vezes em dois versículos para dar ênfase.

b. Eu os destruirei com a terra: Isto repete a sentença do julgamento de Deus sobre a terra, conforme declarado pela primeira vez no versículo 7, e declara um julgamento severo; o julgamento mais extenso que Deus fará à humanidade antes do julgamento final. No entanto, não foi muito duro e não mostrou que Deus era cruel ou um monstro. Desde a queda em Gênesis 3, todo ser humano tem uma sentença de morte. O momento e o método dessa morte estão completamente nas mãos de Deus.

i. “Com base em que seria dito a Deus que Ele pode trazer a morte a milhões de pessoas no final de uma vida ‘normal’, mas que Ele não pode fazê-lo de nenhuma outra maneira?” (Barnhouse)

ii. A severidade e a extensão deste julgamento apontam para um problema profundo e sério no mundo da época de Noé, algo muito além do problema dos crentes casarem-se com aqueles que não creem.

c. Deus disse a Noé: Deus contou tudo isso a Noé com a intenção de salvar Noé e sua família. Em meio a tanta corrupção e julgamento, também houve graça. Em vez de eliminar toda a raça e recomeçar com uma nova criação, Deus preservou um remanescente.

3. (14-16) Deus diz a Noé para construir uma arca.

Faze para ti uma arca de madeira de cipreste; divida-a em compartimentos e revista-a de piche por dentro e por fora. E desta maneira farás com cento e trinta e cinco metros de comprimento, vinte e dois metros e meio de largura e treze metros e meio de altura. Faça-lhe um teto com um vão de quarenta e cinco centímetros entre o teto e o corpo da arca. Coloque uma porta lateral na arca e faça um andar superior, um médio e um inferior.

a. Faze para ti uma arca: Deus deu este enorme projeto de construção a Noé. Era seu trabalho construir a arca e, embora tivesse ajuda, era sua responsabilidade.

b. E desta maneira farás: A arca tinha o comprimento de um prédio de 30 andares (135 metros) e tinha (22,5 metros) de largura (13,5 metros) de altura. O que é descrito não é realmente um barco, mas uma barcaça bem ventilada, destinada apenas a flutuar e não a navegar para lugar nenhum. Afinal, uma arca é um baú, não um navio; isso se refere ao formato da caixa de sapatos do recipiente.

i. A arca, que tinha aproximadamente o formato de uma caixa de sapatos, era bastante grande (mais ou menos do tamanho do Titanic) e tinha uma abertura de um côvado (17 polegadas, 45 centímetros) em todo o topo.

ii. Somente em 1858 foi construído um barco maior que a arca. A arca era grande o suficiente para fazer o trabalho. Se a arca transportasse dois animais de cada família, isso colocaria cerca de 700 pares de animais a bordo. Se a arca transportasse dois animais de cada espécie, haveria cerca de 35.000 pares de animais a bordo. Havia espaço mais que suficiente para tantos.

iii. O tamanho médio de um animal terrestre é menor que o de uma ovelha. A arca poderia transportar 136.560 ovelhas em metade de sua capacidade, deixando bastante espaço para pessoas, comida, água e quaisquer outras provisões necessárias.

c. E desta maneira farás: Até este ponto da história, Deus ainda não havia dito a Noé porque ele deveria construir uma arca; Deus ainda não havia explicado que julgaria o mundo com um dilúvio. Neste ponto, tudo o que Noé sabia era que Deus julgaria a terra, e ele deveria construir uma grande barca. Visto que ainda não havia chovido sobre a terra, é razoável supor que Noé ainda não sabia como Deus traria o julgamento. Ele foi fiel em obedecer a Deus mesmo sem saber exatamente o porquê em cada detalhe.

d. E desta maneira farás: Noé conseguiu. Além da Bíblia, há ricas evidências históricas da realidade da Arca de Noé.

i. Em 275 a.C., Beroso, um historiador babilónico, escreveu: “Mas deste navio que encalhou na Arménia, uma parte ainda permanece nas montanhas… e alguns retiram piche do navio raspando-o.”

ii. Por volta de 75 d.C., Josefo disse que os habitantes locais coletaram relíquias da arca e as exibiram até hoje. Ele também disse que todos os historiadores antigos que conhecia escreveram sobre a arca.

iii. Em 180 d.C., Teófilo de Antioquia escreveu: “Os restos [da arca] podem ser vistos até hoje… nas montanhas”.

iv. Um idoso armênio na América disse que quando menino visitou a arca com seu pai e três cientistas ateus em 1856. O objetivo deles era refutar a existência da arca, mas eles a encontraram e ficaram tão furiosos que tentaram destrui-la, mas não conseguiram, não porque fosse muito grande e estivesse petrificado. Em 1918, um dos cientistas ateus (um inglês) admitiu no seu leito de morte que toda a história era verdadeira.

v. Em 1876, um ilustre estadista e escritor britânico, o visconde James Bryce, escalou o Ararate e relatou ter encontrado um pedaço de madeira trabalhada à mão com mais de um metro de comprimento a uma altitude de (4.300 metros).

vi. Seis soldados turcos afirmaram ter visto a arca em 1916.

vii. No início deste século, um aviador russo chamado Vladimire Rokovitsky reivindicou a descoberta da Arca de Noé. Ele estava estacionado no sul da Rússia, perto da fronteira turca e do Monte Ararate. Ao testar um avião, ele e seu copiloto sobrevoaram o Ararate e descobriram na beira de uma geleira o que ele descreveu como um barco do tamanho de um navio de guerra. Ele disse que estava parcialmente submerso em um lago e pôde ver que havia uma abertura para uma porta de quase 7 metros quadrados, mas a porta estava faltando. Rokovitsky contou ao seu comandante, e uma expedição foi enviada para encontrar a arca e fotografá-la. O relatório foi encaminhado ao Czar, que logo foi deposto, e as fotos e o relatório desapareceram.

viii. Em 1936, um jovem arqueólogo britânico chamado Hardwicke Knight atravessou o Ararate e descobriu madeiras entrelaçadas feitas à mão a uma altitude de 4.600 metros.

ix. Durante a Segunda Guerra Mundial, dois pilotos viram e fotografaram algo que acreditavam ser a arca no Monte Ararate.

x. Houve muitas tentativas mais recentes de encontrar e documentar a arca, mas foram dificultadas pela política e cercadas de controvérsia. No momento da redação deste artigo, a pesquisa continua.

e. E revista-a de piche por dentro e por fora: O piche funcionou para impermeabilizar a madeira. Deus disse a Noé para cobri-la com piche por dentro e por fora, o que possibilitou que a arca fosse preservada por muito tempo. É possível que Deus ainda tenha um propósito para a arca, para usá-la para lembrar ao mundo um julgamento passado, pouco antes de um julgamento futuro.

i. Pedro relatou o julgamento que viria ao julgamento do dilúvio, dizendo, os incrédulos que, deliberadamente se esquecem…E pela água o mundo daquele tempo foi submerso e destruído (2 Pedro 3:1-7). Talvez, antes do retorno de Jesus, a descoberta da arca enfatize que as pessoas esquecerão deliberadamente o julgamento de Deus no passado e o julgamento vindouro prometido.

ii. Por causa desta menção ao piche (um produto petrolífero) no que a maioria das pessoas pensam ser no Médio Oriente, alguns afirmam que John D. Rockefeller procurou (e encontrou) petróleo naquela região com base neste versículo.

4. (17-21) Porque a arca deve ser construída e o que Noé deve fazer.

“Eis que vou trazer águas sobre a terra, o Dilúvio, para destruir debaixo do céu toda criatura que tem fôlego de vida. Tudo o que há na terra perecerá. Mas com você estabelecerei a minha aliança, e você entrará na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos. Faça entrar na arca um casal de cada um dos seres vivos, macho e fêmea, para conservá-los vivos com você. De cada espécie de ave, de cada espécie de animal grande e de cada espécie de animal pequeno que se move rente ao chão virá um casal a você para que sejam conservados vivos. E armazene todo tipo de alimento, para que você e eles tenham mantimento”.

a. Tudo o que há na terra perecerá: Este notável anúncio de Deus deve ter afetado profundamente Noé. Deus chamou Noé para estar entre o pequeno remanescente para sobreviver ao maior julgamento – e à maior salvação – que o mundo já tinha visto.

b. Mas com você estabelecerei a minha aliança, e você entrará na arca: Apesar do julgamento dramático que está por vir, Deus faria uma aliança com Noé, e ele e sua família seriam salvos. Deus também usaria Noé para salvar um remanescente de cada animal para que a terra pudesse ser povoada com pessoas e animais após o dilúvio.

c. E armazene todo tipo de alimento, para que você e eles tenham mantimento: Deus também ordenou a Noé que levasse toda a comida que pudesse. Deveria haver um grande suprimento de comida para Noé e todos os animais.

5. (22) A obediência de Noé.

Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado.

a. Noé fez tudo exatamente: Quando recebeu esse trabalho incrível, Noé o fez. Não há menção dele reclamando ou se rebelando; Noé simplesmente obedeceu.

i. As palavras, fez tudo cobrem muito material e muitos anos; contudo, Noé não se refreou do que Deus lhe ordenou que fizesse.

b. Noé fez tudo exatamente como Deus lhe tinha ordenado: A Bíblia apresenta Noé como um grande herói de Deus. Ele foi um excelente exemplo de justiça (Ezequiel 14:14), um pregador da justiça (2 Pedro 2:5), e Noé condenou o mundo ao oferecer a salvação na arca que o mundo inteiro rejeitou (Hebreus 11:7).

i. Noé foi um pregador da justiça (2 Pedro 2:5), mas em seu ministério de 120 anos, parece que ninguém foi salvo.

ii. “O trabalho de construção da arca foi trabalhoso, caro, tedioso, perigoso e aparentemente tolo e ridículo; especialmente quando todas as coisas continuaram na mesma postura e segurança por tantos anos juntos; pelo que Noé, sem dúvida, foi durante todo o tempo a canção dos bêbados e o divertimento dos inteligentes daquela época. Portanto, não é estranho que isso seja mencionado como um ato heroico de fé”. (Poole)

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