1 Coríntios 6




1 Coríntios 6 – Processos Legais e Vivendo Soltamente

A. Instruções com relação aos processos legais entre cristãos.

1. (1) Paulo denuncia o recurso deles aos tribunais pagãos em disputas entre cristãos.

Se algum de vocês tem queixa contra outro irmão, como ousa apresentar a causa para ser julgada pelos ímpios, em vez de levá-la aos santos?

a. Se algum de vocês…ousa é um texto forte. Paulo simplesmente não consegue acreditar no que esses cristãos coríntios estão fazendo.

b. Tem queixa contra outro irmão: Aparentemente, um cristão acreditava que havia sido injustiçado por outro e buscou justiça nas cortes locais (apresentar a causa para ser julgada pelos ímpios).

i. O juiz local se sentava no que era conhecido como o assento “bema” do magistrado civil, localizado no coração do bairro comercial. Porque a cultura grega considerava uma boa batalha legal divertida, o processo de qualquer um logo se tornava conhecimento público.

c. Ímpios são literalmente injustos, no sentido de “não justificados diante de Deus, não salvos.” Por que os cristãos coríntios estão tentando encontrar justiça naqueles que não são justificados diante de Deus?

i. Paulo está usando o termo ímpios em um sentido religioso, não em um sentido moral. Não significa que os juízes coríntios eram necessariamente juízes maus, mas sim que não eram cristãos.

2. (2-6) Porque cristãos são completamente capazes de julgar em seus próprios assuntos, e é errado pensar em ir para cortes pagãs em disputas entre cristãos.

Vocês não sabem que os santos hão de julgar o mundo? Se vocês hão de julgar o mundo, acaso não são capazes de julgar as causas de menor importância? Vocês não sabem que haveremos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas desta vida! Portanto, se vocês têm questões relativas às coisas desta vida, designem para juízes os que são da igreja, mesmo que sejam os menos importantes. Digo isso para envergonhá-los. Acaso não há entre vocês alguém suficientemente sábio para julgar uma causa entre irmãos? Mas, ao invés disso, um irmão vai ao tribunal contra outro irmão, e isso diante de descrentes!

a. Os Santos onde julgar o mundo…haveremos de julgar os Anjos: Cristãos deveriam ser plenamente capazes de julgar seus próprios assuntos por conta de nosso destino. Como reinamos com Jesus Cristo, iremos (em um sentido ou outro) julgar o mundo e até mesmo julgar os anjos.

i. A ideia de cristãos julgando anjos é fascinante. Não significa que nos sentaremos em julgamento de anjos fiéis, como se pudéssemos penalizá-los por nos decepcionar ou não estarem presentes, mas teremos um papel julgando anjos malignos.

ii. Como é grande o destino de Deus para os homens e mulheres redimidos! “Existe alguma declaração nos escritos apostólicos em certos sentidos que tem implicação mais definitiva e tremenda do que a união dos santos com o seu Senhor?” (Morgan)

iii. O destino dos homens e mulheres redimidos – de um dia serem mais altos do que anjos e até mesmo se sentarem no julgamento deles – deve incomodar muito um certo alto anjo no céu. Ele não quis servir uma criatura inferior agora, e não queria que essa criatura inferior fosse elevada mais alto do que até mesmo ele. Então, ele se rebelou contra Deus e está determinado a impedir o máximo possível da humanidade de sentar-se em julgamento dele. Podemos imaginar o prazer perverso e orgulhoso de Satanás que domina todas as almas que vão para o inferno: “Eles não sentarão em julgamento sobre mim!”

b. Não são capazes de julgar as causas de menor importância: Se cristãos estão sendo preparados nesse momento para um destino tão glorioso, por que os cristãos coríntios permitem que aqueles da igreja, mesmo que sejam os menos importantes (ou seja, os juízes seculares) decidam disputas entre cristãos?

c. Não há entre vocês alguém suficientemente sábio: Os cristãos coríntios estavam orgulhosos do que achavam ser sua “sabedoria” (1 Coríntios 1:18-31), mas as suas ações mostravam que não há entre eles alguém suficientemente sábio.

d. Irmão vai ao tribunal contra irmão: Por suas ações, Paulo mostrou que ele não era contra toda ação legal. Em Atos 22:25 e 25:10-11, ele apelou para as cortes romanas por seus direitos. No entanto, Paulo sabia que era errado quando irmão vai ao tribunal contra irmão.

i. É importante para cristãos resolver disputas entre si segundo os princípios de Deus. Isso pode ser feito ou por meio da igreja ou por meio de arbitragem cristã. Mas hoje, assim como nos dias de Paulo, não há razão para cristãos processarem um ao outro.

ii. Isso significa que é permitido para cristãos processar descrentes que cometem injustiças contra eles? Esta é uma pergunta importante em nossa era onde pessoas estão tão prontas para processar. Paulo certamente não mencionou este assunto específico, e ele não diz que assuntos entre cristãos não deveriam ser resolvidos – apenas que deveriam ser resolvidos na arena adequada.

iii. Paulo não diz que cristãos deveriam ter seu próprio sistema de corte para lidar com a lei criminal. Em Romanos 13:3-4 Paulo diz que é adequado que o estado lide com casos criminais. Cristãos deveriam, no entanto, ser capazes de lidar com casos civis entre si. “Aqueles em uma comunidade religiosa que não se submeterem a uma arbitragem adequada, feita por pessoas entre eles, deveriam ser expulsos da Igreja de Deus.” (Clarke)

3. (7) Paulo repreende o homem que havia sido injustiçado: por que não aceitar o erro?

O fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa derrota. Por que não preferem sofrer a injustiça? Por que não preferem sofrer o prejuízo?

a. O fato de haver litígios entre vocês já significa uma completa derrota: Os coríntios eram exatamente como americanos modernos: viciados em seus próprios “direitos.” Mas ao apegar-se tão ferozmente aos seus direitos, eles já haviam mostrado uma completa derrota. Só de ir para o tribunal contra seu irmão, você já perdeu.

b. Por que não preferem sofrer a injustiça: Seria melhor sofrer a injustiça. Seria melhor sofrer o prejuízo do que defender seus “direitos” às custas da glória de Deus e do bem maior de Seu reino.

i. Paulo chamou este homem a fazer algo difícil: desistir do que ele merecia pelo bem maior de Deus e Seu reino. Mas o homem que foi injustiçado não deveria pensar que Paulo estava pedindo a ele para tomar um prejuízo. Ninguém que aceita a injustiça em favor da glória de Deus será um perdedor.

ii. O ideal deveria ser que a igreja resolvesse a disputa. Mas se a igreja falhasse nisso, Paulo pediu ao homem para confiar em Deus, não em juízes seculares, ações judiciais e tribunais.

iii. Paulo não disse: “Por que você não sofre injustiça em vez de confrontar o problema?” Ao invés disso, ele disse: “Por que não sofrer injustiça em vez de levar sua disputa diante de descrentes?”

4. (8-11) Paulo repreende o homem que havia cometido o erro: Você percebe o quão sério é seu pecado?

Em vez disso vocês mesmos causam injustiças e prejuízos, e isso contra irmãos! Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos, nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus.

a. Vocês mesmos causam injustiças e prejuízos: Não há lugar para ações desonestas de cristãos; quanto menos lugar existe para ações desonestas entre cristãos! Muitos têm rejeitado as coisas de Deus e o companheirismo dos santos por causa da desonestidade e prejuízo entre cristãos.

b. Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Paulo fala fortemente com o irmão que cometeu a injustiça. “Você não percebe o quão sério é seu pecado? A única coisa que você talvez ‘ganhe’ com causar prejuízo ao seu irmão é a eternidade com os perversos!”

i. Paulo não estava categoricamente negando a salvação do homem (Paulo diz que ele está entre os irmãos); no entanto, Paulo não permitirá uma “fé religiosa” que está separada de nossas ações. Se um cristão pode causar prejuízo e fraude aos seus irmãos sem consciência, pode ser perguntado de forma justa se ele realmente é um cristão.

c. Os perversos: Esse homem que cometeu injustiça contra seu irmão se coloca em má companhia – com imorais…idólatras…adúlteros… homossexuais passivos ou ativos…ladrões…avarentos…alcoólatras… caluniadores e trapaceiros; e nenhum desses que vivem caracterizados por esses pecados herdarão o Reino de Deus.

i. Sem dúvida o homem entendeu: “Claro, o que eu estou fazendo com meu irmão não é bom, mas não é assim tão ruim.” Paulo quer que ele compreenda exatamente o quão ruim isso era.

ii. Não deveríamos achar que um cristão que cometeu um ato de fornicação ou homossexualidade (ou qualquer outro dos pecados listados) está automaticamente excluído do Reino de Deus. Em vez disso, já que Paulo descreve essas pessoas pelos seus pecados, ele quer dizer aqueles cujas vidas são dominadas e caracterizadas por esses pecados. Então, um ato ocasional de fornicação ou homossexualidade não é grande coisa para Deus? É claro que é uma questão importante, porque vai contra tudo o que nos foi dado em Jesus, e porque um estilo de vida pecaminoso começa com atos únicos de pecado.

iii. O homem que causou injustiça ao seu irmão tinha que ver que se a sua vida fosse dominada e caracterizada por esse pecado tanto quanto todas as outras pessoas que Paulo descreveu, ele também deveria estar tão preocupado com sua salvação quanto todas aquelas outras pessoas.

d. Nem homossexuais: Como isso é uma condenação tão clara de homossexualidade, aqueles que gostariam de justificar a prática dizem que Paulo fala de prostituição homossexual, não de um “relacionamento homossexual amoroso e carinhoso.” Mas colocado em contexto, não há dúvida que Deus está falando de atos homossexuais de todos os tipos com as palavras malakoi (homossexuais, que literalmente se refere a homens prostitutos) e arsenokoitai (ativos e passivos, um termo genérico para toda a prática homossexual).

i. Paulo não escreveu em ou de uma cultura “homofóbica.” A homossexualidade era bem difundida no mundo antigo; 14 dos primeiros 15 imperadores romanos eram bissexuais ou homossexuais. Na própria época em que Paulo escrevia, Nero era o imperador. Nero castrou um garoto chamado Sporus e então se casou com ele (em uma cerimônia completa), trouxe-o ao Palácio com uma grande procissão e fez do garoto sua “esposa.” Mais tarde o imperador conviveu com outro homem e Nero foi declarado ser a “esposa” do outro homem.

ii. Nesta lista de pecados, a homossexualidade (não alguma versão “especial” de homossexualidade) é descrita, mas é descrita bem ao lado de outros pecados. Alguns que tão fortemente denunciavam homossexuais são culpados de outros pecados nessa lista. Podem imorais ou adúlteros ou avarentos ou alcoólatras de forma correta condenar homossexuais? É claro que não.

iii. Cristãos erram quando dão desculpas para a homossexualidade e negam que ela seja um pecado, mas também erram da mesma forma quando a destacam como um pecado com o qual Deus fica bravo de forma única.

e. Assim foram alguns de vocês: O ponto de Paulo é importante: Assim foram alguns de vocês. Embora esses pecados caracterizem aqueles que não herdarão o Reino de Deus, cristãos nunca podem deixar de ser amáveis ou carinhosos com eles – porque eles são corretos onde nós costumávamos ser.

i. Cristãos não deveriam e não devem dizer que os pecados nas vidas daqueles que não conhecem Jesus não importam para Deus. Eles importam. Ao invés disso, eles devem comunicar a mensagem da salvação em Jesus Cristo: Ele salvará o seu povo dos seus pecados (Mateus 1:21).

ii. Ao mesmo tempo, o ponto é simples para os cristãos coríntios e para nós: Assim foram alguns de vocês. Paulo claramente coloca no tempo passado. Essas coisas nunca deveriam marcar a vida de um cristão, e se marcam, devem ser imediatamente arrependidas e abandonadas.

iii. “Segurança em Cristo existe com certeza, mas é uma falsa segurança que justificaria pecadores que nunca levaram a sério ‘assim foram alguns de vocês’.” (Fee)

f. Mas vocês foram lavados… santificados…justificados: A grande obra de Deus por nós em Jesus Cristo é descrita em três termos.

i. Vocês foram lavados: Somos lavados do pecado pela misericórdia de Deus (Tito 3:5). Podemos ter nossos pecados lavados invocando o nome do Senhor (Atos 22:16). Somos lavados pela obra de Jesus na cruz por nós (Apocalipse 1:5) e pela Palavra de Deus (Efésios 5:26).

ii. Vocês foram santificados: Somos separados do mundo e para Deus pela obra de Jesus na cruz (Hebreus 10:10), pela Palavra de Deus (João 17:19), pela fé em Jesus (Atos 26:18) e pelo Espírito Santo (Romanos 15:16).

iii. Vocês foram justificados: Somos declarados “justos” diante do tribunal de Deus, não meramente “inocentes”, mas declarados como “justos” diante Dele. Somos justificados pela graça de Deus por meio da obra de Jesus na cruz (Romanos 3:24), pela fé e não por nossas próprias ações (Romanos 3:28).

iv. Deus pode pegar o tipo de pessoas descrito em 1 Coríntios 6:9 e 10 e torná-los no tipo de pessoas descrito em 1 Coríntios 6:11! Como é grande a obra do Senhor!

g. No nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus: Sem tentar apresentar a doutrina da Trindade, Paulo bem naturalmente – porque ele sabia que era a verdade sobre Deus – lista as três Pessoas da Divindade em conexão com essa grande obra de Deus na vida do crente.

B. Instrução com relação a pureza sexual.

1. (12) Um princípio para a pureza sexual entre cristãos: o que é permitido não é nosso único guia de comportamento.

“Tudo me é permitido”, mas nem tudo convém. “Tudo me é permitido”, mas eu não deixarei que nada me domine.

a. Tudo me é permitido: Tanto em 1 Coríntios 5 (na parte lidando com a imoralidade de um certo membro da igreja coríntia) e em 1 Coríntios 6 (na parte onde certos pecadores são descritos), Paulo levantou a questão da conduta sexual dos cristãos. Agora ele irá discutir algumas das questões e problemas que os cristãos coríntios tinham sobre o que Deus queria que eles fizessem em relação ao sexo.

b. Tudo me é permitido: Isso foi provavelmente a frase que Paulo havia usado ao ensinar os cristãos coríntios sobre a liberdade cristã. Nós quase podemos ouvir Paulo dizendo aos coríntios exatamente o que ele contou aos colossenses em Colossenses 2:16-17: “Quando tem a ver com o que comemos ou bebemos ou com qual dia adoramos ao Senhor, tudo me é permitido. Eu estou em liberdade e eu não deveria deixar ninguém me colocar sob escravidão, como os legalistas costumam fazer.”

c. Mas nem tudo convém: Os cristãos coríntios pegaram a ideia de tudo me é permitido e aplicaram-na em áreas que Paulo ou o Senhor nunca pretenderam. Eles usaram a “liberdade” deles como uma licença para pecar.

i. Especificamente, pela referência à prostituta em 1 Coríntios 6:15, o ponto parece ser que os cristãos coríntios achavam que tinham a liberdade de usar os serviços de prostitutas. Isso era culturalmente aceito na cidade de Corinto e era aceito na comunidade religiosa entre os pagãos religiosos, que não viam nada de errado com uma pessoa “religiosa” usando prostitutas.

d. Eu não deixarei que nada me domine: Nesta frase Paulo usa um verbo que ele usa novamente apenas em 1 Coríntios 7:4, no contexto de um marido e esposa tendo “autoridade” sobre o corpo um do outro. Paulo pode estar dizendo eu não deixarei que nada me domine (como no corpo de uma prostituta).

2. (13-14) Um princípio para a pureza sexual entre cristãos: o apetite por comida e por sexo não são o mesmo.

“Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos”, mas Deus destruirá ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. Por seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará.

a. Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos: Os cristãos coríntios provavelmente usavam este lema para justificar dar aos seus corpos o que eles queriam. “Meu corpo quer comida, então eu como. Meu corpo quer sexo, então eu contrato uma prostituta. Qual é o problema?”

b. O corpo… não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o senhor para o corpo: Mas Paulo não os deixará pegar esse lema que se aplica a restrições alimentícias irrelevantes, e aplicá-lo à imoralidade.

i. Por causa de nossos apetites sexuais luxuriosos, pode parecer que Deus fez nossos corpos para a imoralidade. Mas Deus não fez nossos corpos dessa forma; o pecaminoso Adão fez. Nós vemos a sabedoria no design de Deus para o corpo e para a pureza sexual quando olhamos para os problemas de gravidezes não planejadas e doenças sexualmente transmissíveis. Estes são os preços que você paga no corpo por usar o corpo de uma forma que Deus nunca pretendeu – o corpo…não é para a imoralidade.

c. Deus destruirá ambos: Um dia Deus destruirá nossos estômagos no sentido de sermos dependentes da comida e afetados pela fome (embora haverá comida no céu). Contudo, nossos corpos em si – em seu caráter moral, relevante à nossa conduta sexual – serão ressuscitados pelo Senhor na ressurreição. Por isso, o que fazemos com nossos corpos com relação à comida não nos afeta da mesma forma que o que fazemos com nossos corpos com relação ao sexo.

3. (15-17) Um princípio para a pureza sexual entre cristãos: nossos corpos são parte do corpo de Cristo, portanto, nunca deveriam se juntar a alguém prostituído(a).

Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: “Os dois serão uma só carne.” Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele.

a. Vocês não sabem: Aparentemente muitos dos cristãos coríntios não sabiam e achavam que sua conduta sexual com prostitutas não tinha conexão com o seu relacionamento com Jesus.

b. Seus corpos são membros de Cristo: Quando um indivíduo cristão comete imoralidade sexual, ela desgraça o corpo inteiro de Cristo conectando o corpo de Cristo à imoralidade.

c. Aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela… Uma só carne: Em seu relacionamento sexual o marido e esposa se tornam “uma só carne” de uma forma que está dentro da bênção de Deus. No sexo fora do matrimônio os parceiros se tornam “uma só carne” de uma forma que é amaldiçoada por Deus.

i. Uma pessoa buscando encontro sexual casual pode não querer se tornar uma só carne com seu parceiro(a), mas em algum sentido espiritual, ela quer. Parte do seu eu é dado para aquela pessoa e significa que há menos para dar ao Senhor e ao parceiro(a) que Deus pretende para ela. Na visão da Bíblia sobre sexo, não há algo como “sexo casual.”

ii. Como pertencemos a Jesus – corpo, alma e espírito – não temos direito de dar nenhuma parte de nosso eu para uma pessoa “não autorizada.” “Por estar junto a ela [uma prostituta] em porneia o crente constitui uma outra pessoa, fora de Cristo, como o senhor ilegal do seu próprio corpo.” (Fee)

iii. “Sexo fora do matrimônio é como um homem roubando um banco: ele pega algo, mas não é dele e um dia ele pagará por isso. Sexo dentro do matrimônio pode ser como uma pessoa colocando dinheiro em um banco: existe proteção, segurança e ele coletará dividendos.” (Wiersbe)

d. Aquele que se une ao Senhor: No calor da paixão luxuriosa coisas espirituais podem parecer muito longe. Contudo, na raiz da maioria das paixões luxuriosas está o desejo por amor, aceitação e aventura – em que tudo é bem melhor e mais completamente satisfeito em um relacionamento de um espírito com o Senhor, em vez de com a imoralidade.

4. (18) Um mandamento para pureza sexual entre cristãos: Fujam da imoralidade sexual.

Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo.

a. Fujam: Paulo não nos diz para sermos corajosos e resistirmos a paixão luxuriosa da imoralidade sexual, mas para fugir da sua mera presença. Muitos caem porque eles subestimam o poder da paixão luxuriosa ou acham que eles irão se “testar” e ver o quanto eles conseguem “aguentar.”

i. Deveríamos seguir o exemplo de José que fugiu da imoralidade sexual – mesmo quando ela lhe custou algo (Gênesis 39:7-21).

ii. “Alguns pecados ou solicitações para pecar pode-se raciocinar: nos casos acima, se você negociar está acabado; não raciocine, apenas FUJA!” (Clarke)

b. Fujam da imoralidade sexual: Paulo não diz que cristãos deveriam fugir do sexo, apenas da imoralidade sexual. Deus deu o sexo como um dom precioso para a humanidade e o usa poderosamente para unir marido e esposa juntos em um relacionamento de uma carne. Então, como diz Hebreus 13:4, o leito conjugal está imaculado – o relacionamento sexual entre marido e mulher é puro, sagrado e bom diante de Deus.

i. Porém, a imoralidade sexual trabalha contra o bom propósito de Deus para o sexo, trabalhando contra um relacionamento verdadeiro e piedoso de uma só carne. Sexo fora do matrimônio pode ser excitante, mas não pode ser enriquecedor.

c. Imoralidade sexual: Somos lembrados que Paulo usa a palavra grega porneia, que se refere a uma gama ampla de pecado sexual. Fujam da imoralidade sexual significa mais do que não ter relações sexuais com alguém com quem não somos casados.

i. Significa fugir da curta gratificação sexual sem ou fora da relação sexual com nosso cônjuge.

ii. Significa fugir da gratificação sexual ou emoções que alguém poderia encontrar em vídeos, filmes, revistas, livros ou sites da internet pornográficos.

d. Peca contra o seu próprio corpo: Paulo não está dizendo que a imoralidade sexual é pior do que qualquer outro pecado, porém ele ensina que o pecado sexual tem um efeito único no corpo. O efeito é físico, mas também é moral e espiritual.

5. (19-20) Um princípio e um mandamento para a pureza sexual entre cristãos: glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.

Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

a. O nosso corpo é o templo do Espírito Santo: Um templo é um local sagrado para Deus e puro da imoralidade. Se é verdade que estamos cheios do Espírito, esta verdade deve influenciar o nosso comportamento sexual. E se nós cometermos imoralidade sexual como cristãos, poluímos o templo de Deus.

i. Mais cedo em 1 Coríntios 3:16, Paulo escreveu que a igreja como um todo era o templo do Espírito Santo. Agora ele diz que o mesmo é verdade sobre os indivíduos cristãos em um sentido espiritual.

b. Espírito Santo, que habita em vós: Porque nosso corpo é o templo do Espírito Santo, nossos corpos pertencem a Deus e não a nós mesmos: não sois de vós mesmos…fostes comprados por bom preço.

i. Qualquer pessoa honesta tomará cuidado melhor de algo que não pertence a ela. Nossos corpos pertencem a Deus porque ele os comprou. Não temos o direito de poluir e abusar da propriedade de Deus!

ii. Este princípio se aplica a mais do que nossa conduta sexual. Se nossos corpos pertencem a Jesus, também não temos o direito de ser descuidados ou desperdiçar o que pertence a Ele. Nossos corpos deveriam ser utilizados glorificando a Deus (glorificai, pois, a Deus no vosso corpo). “Seu corpo foi um cavalo saudável quando estava no serviço do diabo, que não seja um picareta lento agora que puxa a carruagem de Cristo.” (Spurgeon)

c. Espírito Santo, que habita em vós: Porque nosso corpo é o templo do Espírito Santo, o próprio Deus vive dentro de nós. Isso significa que temos a força, o poder sobre os pecados da carne vivendo dentro de nós. Deveríamos esperar mais pureza sexual dos cristãos do que daqueles que não são, porque eles não têm Deus vivendo dentro deles como nós.

d. Espírito Santo, que habita em vós: Alguns cristãos pensam que o diabo não consegue possuir o espírito ou alma de um cristão, mas que o corpo de um cristão pode estar cheio de demônios, de modo que alguns cristãos devem ter esses demônios expulsos por outra pessoa. Porém Paulo deixa claro que nossos corpos pertencem a Jesus tanto quanto nossos espíritos. Ele é o proprietário do meu corpo e Ele não está alugando-o para demônios.

e. A Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus: Muitos manuscritos antigos terminam este capítulo com as palavras glorificai, pois, a Deus no vosso corpo. As palavras e no vosso espírito podem ter sido acrescentadas por um escriba que achava que não era “espiritual” o suficiente terminar o capítulo falando sobre nossos corpos glorificando a Deus.

i. Harry Ironside estava certo quando escreveu: “Glorifique a Deus em seu corpo e o lado espiritual cuidará de si mesmo.”

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